Mas o movimento não para no setor público: no atendimento privado, os profissionais também percorrem etapas de inserção dessas práticas, que vão desde a simples sensibilização até o domínio pleno de racionalidades médicas tradicionais.
Nesse artigo, inspirado na classificação de Daniel Miele Amado, propomos um paralelo entre os quatro níveis de inserção das PICS no SUS e como eles se traduzem na clínica privada, trazendo exemplos práticos e mostrando como a ABRABIO e as PICMAG (Práticas Integrativas e Complementares Magnéticas) já ocupam espaços concretos nessa trajetória.
► Primeiro nível – Sensibilização e encaminhamento
• O profissional não aplica diretamente as práticas, mas reconhece seu valor e acolhe a demanda do paciente.
• Pode orientar o paciente a buscar um terapeuta especializado, indicar leituras, cursos ou até grupos de apoio.
• Impacto: amplia o acesso às PICs também fora do SUS, reduz preconceitos e ajuda a legitimar as práticas diante do paciente.
No SUS:
• No privado Profissionais que ainda não aplicam técnicas, mas reconhecem o valor das PICS e encaminham usuários.
No privado:
• Um nutricionista que atende uma paciente ansiosa e a encaminha para um biomagnetista, por perceber que a questão não é apenas alimentar.
• Um médico de família que, após esgotar recursos biomédicos para dores crônicas, sugere que seu paciente busque o Biomagnetismo Medicinal.
• Um terapeuta corporal que, mesmo sem aplicar ímãs, reconhece os resultados e orienta o paciente a procurar um colega biomagnetista.
→ Impacto: legitimação das PICS, redução do preconceito e fortalecimento da rede de encaminhamentos.
► Segundo nível – Aplicação técnica a partir de protocolos
• Profissionais que têm formações curtas (workshops, cursos rápidos) e aplicam protocolos simples e seguros.
• Atende à crescente demanda de clientes que querem recursos naturais e acessíveis, mesmo que limitados em profundidade clínica.
• Impacto: amplia o portfólio do profissional e gera valor agregado, mas sem substituir a prática especializada.
No SUS:
• Capacitações curtas em auriculoterapia ou fitoterapia.
No privado:
• O fisioterapeuta que participa de uma oficina e aprende protocolos básicos de magnetoterapia analgésica.
• O psicólogo que faz um curso rápido de auriculoterapia e insere pontos padrão para ansiedade em seu consultório.
• O terapeuta holístico que aplica pares biomagnéticos simples (como estômago/estômago, fígado/rim D, colos descendente/reto) a partir de protocolos básicos.
→ Impacto: expansão da oferta, mas ainda com aplicação limitada e pouco personalizada.
► Terceiro nível – Raciocínio clínico ampliado
• O terapeuta começa a personalizar as técnicas, integrando-as no plano de cuidado do paciente.
• Deixa de aplicar só protocolos e passa a construir um raciocínio clínico combinando aspectos emocionais, sociais, ambientais e familiares.
• Impacto: diferencia o atendimento privado, pois o paciente sente que está sendo cuidado de forma singular, integral e com vínculo.
No SUS:
• Integração das PICS no Projeto Terapêutico Singular (PTS).
No privado:
• O biomagnetista que não apenas aplica o protocolo de gastrite, mas investiga hábitos alimentares, história emocional e vínculos familiares antes de definir os pares.
• A terapeuta de bioenergética que, diante de um paciente com enxaqueca, combina biomagnetismo, desbloqueio emocional e orientações de autocuidado.
• O médico integrativo que inclui práticas magnéticas no acompanhamento de doenças autoimunes, ampliando o raciocínio além dos medicamentos.
→ Impacto: diferenciação no mercado privado, fidelização e reconhecimento do profissional como alguém que enxerga o paciente de forma integral.
► Quarto nível – Domínio da racionalidade em saúde
• Representa a apropriação plena da cosmovisão de uma prática (ex.: Medicina Tradicional Chinesa, Ayurveda).
• Integra epistemologias distintas ao modelo biomédico.
• Produz mudanças paradigmáticas no cuidado em saúde.
No SUS:
• Apropriação plena de racionalidades como MTC ou Ayurveda.
No privado:
• O biomagnetista com pós-graduação que domina a racionalidade biomagnética e bioenergética, pesquisa, publica artigos e orienta novos profissionais.
• O professor universitário que integra Biomagnetismo Medicinal a Bioenergética no currículo acadêmico.
• O líder institucional que coordena projetos comunitários, cursos e pesquisas, consolidando as PICMAG como prática científica e terapêutica legítima.
→ Impacto: mudança de paradigma, consolidação profissional e científica.
► Onde a ABRABIO se insere nesse cenário?
A ABRABIO – Associação Brasileira dos Biomagnetistas acompanha e fortalece esse movimento em diferentes frentes através de suas parcerias:
1. No SUS e em projetos sociais:
• Pesquisa científica sobre Biomagnetismo Medicinal na depressão, realizada em um CAPS2, publicada em revista científica.
• Projeto “Mulheres de Lenço”, em parceria com ONG ligada a prefeitura, oferecendo suporte terapêutico a mulheres em tratamento oncológico.
• Projeto social em Associações ligadas ao município, como o atendimento de fibromialgia em Bagé (RS).
2. Na ciência aplicada:
• Produção de artigos científicos e estudos de caso sobre as diferentes PICMAG como Biomagnetismo Medicinal, Desbloqueio Emocional Magnético (DEM) e DEMAG.
• Protocolos clínicos em construção e validação para futuras publicações.
3. Na clínica privada:
• Formação de terapeutas que percorrem os quatro níveis, desde a aplicação de protocolos até o domínio da racionalidade.
• Acompanhamento de mentorias e pós-graduação que estruturam o raciocínio clínico ampliado e consolidam autoridade profissional.
► Conclusão
A classificação de Daniel Amado é um mapa que mostra como as PICS entram no SUS, mas também serve como guia para o crescimento do terapeuta no setor privado.
A ABRABIO, ao reconhecer e apoiar esses quatro níveis, mostra que as PICMAG já estão inseridas em todos esses contextos: no SUS, em projetos comunitários, em pesquisas científicas e na clínica privada.
Esse movimento fortalece não apenas a categoria profissional dos biomagnetistas, mas também a legitimação social e científica das terapias magnéticas no Brasil, aproximando-as do que a OMS preconiza para a saúde integrativa no século XXI.
AMADO, Daniel Miele. Os quatro níveis de inserção das PICS no SUS. Palestra no canal do YouTube, 2023. Disponível em: https://youtu.be/01wR1v_Dpsw?si=UHCj1NL3yilxZ8Un. (https://youtu.be/01wR1v_Dpsw?si=UHCj1NL3yilxZ8Un) Acesso em: 18 set. 2025.